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Cães e Bebés
01-05-2010 00:56
Chegou a nossa casa dentro de uma caixinha de cartão... castanhinha, reguila, gania e saltava para eu a tirar de lá... Quando chegou, já tinha preparada para ela uma coleira, uma caminha e o comedor e bebedor, tudo em vermelho porque o dono é do Benfica e havia que convencê-lo que isto era uma boa ideia ;-) ...
A minha menina chegou pela mão da Zé, a sua madrinha. Esteve para se chamar Xica... mas cumprindo uma tradição de família, acabou por se chamar Suka, que é como se diz cadela em russo (em pequena, já tinhamos tido um cão chamado Dog).
Foi um bebé difícil... Talvez por termos sido demasiado rígidos com as rotinas nos primeiros dias... acabou por nos fazer ceder em certas coisas, como por exemplo, o dormir na nossa cama... Quando acordámos a meio da semana às 4h30 da manhã com ela a ganir à nossa porta tivémos de nos render... Fez-nos passar por muito: uma gastroentrite dois dias após ter chegado a nossa casa, a sua tara por morder mãos, roia tudo o que lhe aparecia à frente... mil e uma coisas que vou recordando de vez em quando... mas com poucas saudades.
Quando engravidei, muita gente me perguntou: "O que é que vais fazer ao cão? Vais livrar-te dele?". Para mim é impensável pensar sequer que tinha de fazer alguma coisa à cadela... Como é que pode passar pela cabeça de alguém abandonar um ser que foi criado por nós? De quem somos pais adoptivos? Será que essas pessoas consideram livrar-se do filho mais velho quando ficam grávidas do segundo???!!!!
Durante a gravidez, quando o dono não estava a Suka dormia comigo para me fazer companhia, muito chegadinha à minha barriga e várias vezes sentiu o ZP a mexer-se na minha barriga. Era mesmo engraçado o ar admirado dela a olhar para a barriga, quando o sentia mexer.
Quando saímos da maternidade, chegámos a casa e metemos o ovinho em cima da mesa da sala, a Suka em cima de uma cadeira e deixámo-la cheirá-lo. Ficou excitadíssima. Tanto que o dono resolveu ir com ela à rua para espairecer e fazer xixi. Saíram os dois de casa e quando voltaram o Zé vinha zangado com ela, porque a menina tinha corrido para o sítio do xixi e quando o dono lá chegou, já ela tinha voltado para a porta do prédio. Então havia uma novidade daquelas e ela era tirada de casa? Nem pensar...
A convivência entre os dois sempre foi pacífica... A Suka sempre teve imensa paciência para ele. Quando o ZP começou a agarrar, ela ia lambê-lo e ele agarrava-lhe a língua e ela esperava pacientemente que ele a largasse... de língua de fora, muito quietinha. Ao início, quando o ZP estava numa mantinha no chão tínhamos o cuidado de não a deixar estar na mesma divisão, mas aos poucos fomos revogando essa lei... Ela dormia muitas vezes debaixo da caminha dele, quando ele passou para o quarto dele. Jogam muitas vezes à bola no corredor. Quando o ZP vai passar alguns dias com os avós na aldeia, tem de levar a Suka, ficando a nossa casa tão vazia... sem as nossas crias...
Não sou especialista nem em pediatria, nem em veterinária, mas acho que conseguimos uma boa convivência entre o bebé (agora já com 5 anos) e a cadela.
De qualquer forma, para quem esteja a necessitar de alguma ajuda mais informada, no site "Vivapets", encontrei um artigo sobre os bebés e os cães:
Assim que se descobre que a família vai receber um novo membro, é necessário ter a certeza que daí a alguns meses, tudo está pronto para receber o novo bebé. No que diz respeito ao cão não é necessário encontrar-lhe uma nova casa, mas sim iniciar ou reforçar o treino de obediência básica.
Outro aspecto importante a treinar com o cão é a recepção que este faz aos donos. O cão não deve saltar para os receber, pois vai passar a ser comum entrarem com o bebé em casa. Se não tiver experiência no treino de cães, pode recorrer a um profissional que o vai auxiliar nesta e noutras questões.
Para tentar dar algum realismo ao treino do cão, pode ensaiar as tarefas diárias que vai ter com o bebé em frente ao cão, por exemplo, passear com algo no colo de um lado para o outro ou embalar um boneco na cadeira de baloiço.
Lembre-se que o treino deve ser feito com base no reforço positivo, isto é, recompensar o cão sempre que ele obedecer aos comandos. Se persistentemente castigar o cão, ele acaba por associar o bebé a castigos e assim comprometer a relação entre os dois.
Para além das actividades, pode ser útil habituar o cão ao choro do bebé. Para isso existem CD’s ou até vídeos na internet que pode por a tocar em casa.
O cão e o bebé só devem ser apresentados quando o cão estiver calmo e o bebé, de preferência, a dormir, para que o facto de o bebé se mexer não causar muita excitação no animal. Um dos pais deve segurar o bebé e o outro deve segurar o cão pela trela. Não é necessário que o cão se aproxime demasiado do bebé, basta permanecer a alguns metros, já que os cães têm um óptimo faro e não necessitam de colar o nariz ao bebé para sentir o cheiro dele. Ao apresentar o bebé, mande o cão sentar e ofereça-lhe recompensas se este se mantiver sentado.
Depois da primeira apresentação, pode repetir o ritual ao longo de alguns dias e quando sentir que o cão não vai saltar para o bebé ou tentar mordiscar, pode retirar a trela ao cão.
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